quarta-feira, 16 de março de 2011

PARABÉNS, PRINCIPEZINHO!

Hoje é dia de festa. Não é o rei que faz anos mas sim o principezinho!!!
O reino vestiu-se de cor e de alegria e as gargalhadas das crianças dizem que a festa vai animada.
Nesta festa de crianças, permitiram a entrada dos adultos. Pelo menos de alguns. Daqueles que estão sempre e daqueles que só chegam nos dias de festa. Mas as crianças, essas estão lá sempre. Em dias de sol ou de chuva, em dias de felicidade ou mais tristeza, em dias que estamos bem dispostos e outros nem tanto e, sobretudo, naqueles dias em que apenas queremos que nos ouçam.
Mas voltando à festa... tudo estava perfeito. A decoração a verde e branco, com muito leões... (ouvi dizer que era um príncipe sportinguista, xiuuuu!), deliciosas guloseimas, música da moda, teatrinhos, facepaintings e outras modernices. E num canto, quer dizer, num quarteirão do reino uma pilha de presentes dos adultos. Cada um maior que o outro. Com papéis de embrulho garridos e laços a condizer. O principezinho ficou todo feliz e desembrulhou num ápice os seus presentes. Mas depois de os ver voltou para junto dos seus amigos crianças. Eles tinham um presente especial que não se encontra nas prateleiras das lojas, que não se compra com euros e outras moedas, um presente que se troca, como os cromos... um presente que chega em forma de abraços, gargalhadas, olhares e sorrisos cúmplices, um presente que se chama amizade, dedicação, ternura. Coisas boas que só as crianças sabem oferecer de forma incondicional... E no final, o principezinho ofereceu aos seus amigos a melhor lembrança de aniversário... um sorriso do tamanho do mundo. Porque afinal, como já dizia outro principezinho " o essencial é invisível aos olhos"!


P.S. Para o Diogo R., o nosso principezinho

CIN-DE-RE-LA

Soletra a palavra mágica e os seus doces olhos castanho-chocolate cintilam como se a magia começasse aqui e agora. Soltam-se de imediato mil pós de perlimpimpim e entra no mundo dos sonhos. Imagina-se a princesa do seu castelo e não se importa que o príncipe já tenha sido um sapo. Faz planos para o futuro sem esquecer o happy end!!!
E os olhos sorriem. E imagino-lhe, no interior, um coração feliz e apaixonado. E deixo-a sonhar. Deixo-a ser a menina Cin-de-re-la. Porque também já o fui ( e talvez ainda o seja). Porque acredito que é preciso sonhar a felicidade para a poder viver em pleno. E pode ser aqui e agora...

P.S. para a minha Cin-de-re-la, a L.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Meu amor

Meu amor. Meu tudo. Minha vida. Meu filho. Meu irmão. Meu amigo. Meu tudo. Minha vida. Meu norte. Meu sul. Meu porto de abrigo. Meu tudo. Minha vida. Meu regaço. Meu berço. Meu sonho. Meu pesadelo. Meu tudo. Minha vida... Meu amor.

Marlene Silva

quinta-feira, 3 de março de 2011

Tchaikovsky - A história de um cão abandonado

Nota: O Tchaikovsky simboliza todos os animais que vejo perdidos, desorientados, trôpegos pela rua, com o olhar perdido. Esse é o olhar que mais me encolhe o coração.

Tchaikovsky era um cão especial... mas naquele dia surpreendentemente quente de fevereiro, todo o seu mundo se desmoronou. Mas comecemos pelo início da história deste rafeiro arraçado de pastor alemão, de pêlo comprido, muito amarelo.
Tchaikovsky nunca veio a saber quem era o seu pai. A mãe, uma bela cadela de raça, de quem ele só herdou a pelagem, confessou-lhe um dia, muito envergonhada, que não tinha maneira distinguir qual daqueles rafeiros que não largavam a porta de casa tinha gerado a sua ninhada.
O dia em que deu à luz oito cachorrinhos, quatro fêmeas e quatro machos, não foi feliz para a amedrontada Amarelina. A mãe de Tchaikovsky notava aspereza nos donos desde que souberam que estava à espera de cachorrinhos. António e Gabriela formavam um casal muito rico, que vivia num casarão e que tratava a sua cadela pastor alemão como uma princesa. Levavam-na a tomar banho e a ser escovada todas as semanas num salão de beleza só para cães e faziam-na treinar saltos num ginásio frequentado pelos exemplares de melhor pedigree.

... continua.

Marlene Silva

Inspirações ao pôr-do-sol...

Entra pela janela um raio de sol vibrante, luminoso, quente ... inspirador. Aquele que devia ser a réstea de um raio de sol de final de dia, o primeiro sinal do pôr-do-sol, chega até mim como um raio de nascer do dia, como uma inspiração doirada para o que vem a seguir...
Quando um raio de sol se põe, outros começam a brilhar (nascer)...
O dia começa aqui e agora...




Paula Machado

O segredo de escrever

António Lobo Antunes, na Visão de hoje: «O segredo de escrever é ser estrábico, ter um olho na bola e outro nos jogadores. Em miúdo espantava-me que os olhos dos lagartos fossem independentes um do outro, mas quando comecei nesta vida descobri-me lagarto numa pedra, à coca, muito quietinho, rodando as pupilas para sítios diferentes, guloso da mosca de uma frase».

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sussurro

Aproximas-te de mim, abraças-me e deixo-me ficar.

Sussurras-me ao ouvido as palavras certas, aquelas que me fazem suster a respiração, que aceleram as batidas do coração, que me fazem querer-te cada vez mais... e mais!

E fico assim, embalada pelo teu sussuro, pelas palavras pausadas que me embalam como um doce murmurar.

Quero ficar para sempre assim, presa neste teu sussuro enquanto os corpos sedentos de paixão se procuram e se tornam num só.

A melodia do nosso amor tem uma nota comum. Um sussurro profundo e enamorado.

Agora é a minha vez de sussurar ao teu ouvido e dizer-te que este coração é ( e sempre será) teu e apenas teu!


Paula Machado

Sereia, menina ... princesa!

"Mamã, já sei o que quero ser quando for grande! Quero ser SEREIA!"

E com esta a L. deixou-me de boca aberta.

Apenas consegui dizer-lhe que Sereia me parecia bem... Mas ela completou. "Mamã, quero ser sereia mas quero casar...assim como as princesas".

Ou seja, a minha filha quer ser menina, sereia, princesa. Não sei se por esta ordem exatamente, mas acredito que está na idade de dar asas à imaginação, de viver os sonhos, de "mergulhar" nos mares da fantasia e de mostrar autonomia e independência, do alto dos seus 4 anos. Por isso, já me imagino como rainha sereia, no fundo dos sete mares... eu que tenho pavor a água!!! Amor de mãe é incondicional.


Paula Machado

Coração ninho

Cresce dentro de mim, de nós, um ninho!

Palhinha a palhinha, entrelaçamos com carinho, ternura e ansiedade, um ninho que te aguarda, que há muito está pronto para te acolher.

Contamos os dias, as horas, diria mesmo os minutos, em que estarás pronto (a) para pousares nele e em nós.

Mesmo sem te conhecer, sem saberes se és grande ou pequeno (a), se és menina ou menino, se tens cabelos escuros ou claros, se és branco ou preto, amamos-te perdidamente neste coração que está desejoso para te abrigar e para ser também teu.

Este ninho está pronto para ti, filho (a) e irmão (ã) do coração!


Paula Machado

O dia em que o teu coração parou...

No dia em que o teu coração parou deixou o meu em stand by, em ritmo lento, adormecido. Levaste parte de mim, levaste o legado do riso e do sorriso. Deixaste a saudade, a fragilidade do passo inseguro que caminha sem ver a luz, lá ao fundo

Fiquei sem o cheiro, sem o colo, sem o abraço, sem o olhar cúmplice que valia por todas as mil palavras trocadas. Fizeste batota ao aparecer-me em sonhos. Não vale. Assim, não vale, não é justo. Quero sentir-te, tocar-te, caminhar ao teu lado, enquanto me contas as histórias e segredos da montanha, as lendas dos lobos e da floresta, ao som das pancadas do bombo da festa, enquanto me sentas ao colo e brincas com as minhas longas tranças e me chamas de teu tesouro maior...

Agora, que já fiz as pazes com a tua ausência física, o meu coração bate mais forte quando se lembra de ti e ri-se à gargalhada quando recorda todas as aventuras que vivemos juntos.

No dia em que o teu coração parou começamos a viver uma outra história: a das nossas eternas memórias!

P.S. Ao meu avô Manel, com um "brilhozinho nos olhos"!


Paula Machado

terça-feira, 1 de março de 2011

Há vidas assim...

Há vidas que se despedem sem lágrimas. Apenas com lembranças. Há vidas assim tão vividas, tão dissecadas, em que tanto se amou, em que tanto se sofreu, em que tanto se viveu... Que quando se despedem não há anos, experiências a lamentar.

Via-a ontem, deitada sobre aquele leito branco de cetim, rodeada de flores. Uma simples blusa às flores, uma saia castanha. Gordinha, até. E parecia rosada. Tão quieta que mais parecia uma pintura sua do que o seu corpo. Foi o que mais estranhei. Vê-la tão sossegada, sem expressão no rosto. Juro que cheguei a ver o vai e vem da respiração. Porque tão sossegada não poderia ser ela. Se de facto ela tivesse respirado não me assustaria como seria normal, pois não me habituei a vê-la morta.

Não houve lágrimas. Houve até sorrisos nos que a recordaram. Alegre e de pé solto. Velha gaiteira. Viúva alegre. Boa. E feliz!

Marlene Silva

Homenagem à Ti Zulmira Gabina, que, de camarote, me viu crescer e me lembrava que eu era como a minha avó, a pessoa que eu mais amei no mundo