quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Menina da Lua

Vi-a pela primeira vez num céu negro, onde brilhavam muito poucas estrelas. Vi-a lá, encolhidinha a rir-se para mim, como um sinal. Havia uma névoa sobre ela que me impedia de ver o seu brilho, a sua forma. Havia uma névoa que a escondi-a de mim.

Durante um dia, durante muitos dias, durante muitos e muitos e muitos dias queria que a noite chegasse só para a ver, a sorrir para mim.

Pedia que viesse, que chegasse o dia em que ela me deixasse tomá-la nos meus braços para a adormecer.

Mas quem me embalava era ela. Era ela que me adormecia nas noites em que as lágrimas corriam no meu rosto e o céu continuava escuro, sem ponta de luz.

Nessas alturas, ela sussurrava ao meu ouvido. Acredita... Acredita...

E eu acreditei, e ela de uma fatia de lua, fez-se uma lua cheia. Redonda, redondinha, cheia de brilho e luz.

Hoje, adormecemos no colo uma da outra, a olhar para o céu onde outras (meninas) luas se escondem e prometem crescer!


Paula Machado

Um comentário:

  1. "E queria aqui anunciar faz favor quisto aqui...quisto aqui..." distanciando-me agora do humor do gato fedorento, só tenho uma palavra para esta iniciativa: GENIAL! Parabéns pelo espiríto e aguardo ansioso por mais "Cumplicidades Descritas"!

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